Artigos de opinião

A vida a acontecer

A vida é realmente incrível, ela corre, nós vamos atrás, na correria, com os compromissos que temos, o trabalho, a família, os amigos, as preocupações e também as coisas boas que por vezes ficam esquecidas no meio de tanto e de tudo que temos para fazer.

Quem nunca passou por um dia que pareceu ter 48 horas, que nunca mais acabava de tanto que estava a acontecer e de tantos planos para umas 24 horas que pareciam nunca mais ter fim, e que o momento de chegar finalmente a casa e descansar pareciam uma miragem bem ao longe.

Felizmente existem dias totalmente compensadores, em que temos as nossas obrigações, mas também temos tempo e disposição para completarmos o dia com coisas, pessoas, lugares e sentimentos que nos fazem bem e nos deixam totalmente preenchidos.

A vida deve ser mesmo isso, uma balança, um perfeito equilíbrio entre as coisas boas e as preocupações normais do dia a dia. Não devemos deixar que nenhum dos pratos pese mais que o outro e que uma das faces prevaleça sobre a outra, para que possamos tirar as melhores lições do menos bom e aproveitar plenamente o lado bom.

Na realidade era assim que a vida devia acontecer, devia ser vivida num perfeito equilíbrio, mas nem sempre, ou melhor, quase nunca é o que acontece e acabamos por nos deparar com situações que nos levam ao maior dos stresses em segundos, sem que consigamos controlar ou evitar que aconteçam.

O stress ou ansiedade é um dos grandes problemas do século XXI, cada vez mais se fala dele de uma forma depreciativa.

O stress não é negativo, é tal como tudo na vida, na medida certa faz bem a todos. Quem nunca se sentiu ansioso por completar um trabalho importante? Ou por estar com alguém especial? Ou até mesmo por ir viajar?

A ansiedade, na medida certa é o que nos impulsiona a atingirmos as nossas metas nas mais diversas áreas da nossa vida. É a força que nos leva a querer atingir um objetivo ou uma meta muito desejada.

A sociedade em que nos integramos é de certa forma competitiva o que nos leva a querer ser os melhores em tudo, os melhores trabalhadores, os melhores pais, os melhores filhos, os melhores amigos e as redes sociais ajudam bastante nesta competição pois todos os dias nos vemos expostos a conteúdos de pessoas que nos mostram o melhor da vida, os melhores carros, os melhores empregos, as melhores casas, os melhores destinos turísticos…

Mas nós não temos de ser os melhores em tudo, devemos ter sim, a missão de sermos os melhores a fazer de nós mesmos e a fazer o que nos faz felizes.

Devemos disfrutar do presente, do que temos, das pessoas que temos ao nosso lado e dos lugares a que conseguimos ir, dos objetivos que já cumprimos para aí sim, construirmos um plano para o futuro com ambições e desejos por concretizar.

Estas ambições devem sobretudo ser à nossa medida, ao nosso gosto e não ao gosto dos “ditadores de moda” que todos conhecemos nas redes sociais.

Não nos devemos deixar stressar pelo futuro, pelo que desejamos, mas ainda não alcançámos pois estamos a ser prejudicados de duas formas: não estamos a apreciar o presente e estamos a criar uma pressão desnecessária em nós que nos faz falhar mais no nosso objetivo.

Não nos devemos deixar influenciar também pela “moda” ou pelo que está em voga no momento e querermos algo só porque os outros o querem. Faz sentido para nós? Se não fizer não faz sentido estarmos ansiosos pelo facto de não o conseguirmos atingir ou não realizar.

Devemos repensar e reorganizar a nossa vida e todas as suas vertentes, para que possamos viver calmamente e com consciência do que vale e não vale a pena lutar para atingir.

Todos os dias somos bombardeados com informação que nos deixa com demasiado ruído na nossa cabeça, devemos ser capazes de filtrar esse ruído que ouvimos de todo o lado e utilizá-lo da forma mais sábia possível, aprender, mas não nos prendermos demasiado ao que ouvimos.

A melhor forma de reduzir a ansiedade do dia a dia é sem dúvida rodearmo-nos do melhor de nós, das melhores pessoas, dos melhores ambientes, nos melhores lugares e sem dúvida de objetivos que realmente nos preenchem e que ao fim do dia, possamos dizer: “Estou a fazer o meu caminho valer a pena!”

Porque um objetivo cumprido é ótimo, mas um objetivo cumprido com o prazer de ter aproveitado o caminho é ainda melhor.

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